Portugal
quis entrar no Europeu sem perder o pé na primeira onda, que era grande e
assustadora, dado a Alemanha ser uma das grandes favoritas à vitória na
competição. O que descobriu, quando pôs os pés na água, é que os alemães
sentiam exatamente o mesmo. Joachim Low e Paulo Bento montaram as suas equipas para
não perder e estiveram perto de o conseguir. O resultado foi termos assistido
aos dois onzes com melhores índices defensivos do torneio, até agora.
Na forma de
atacar residia a principal diferença entre os dois conjuntos. Portugal tentava
atacar com velocidade, apostando no erro dos germânicos, enquanto a Alemanha
atacava de bola no pé, sem nunca ter encontrado espaço para rematar com perigo
à baliza do adversário. Sintomaticamente, Rui Patrício termina o jogo sem ter
efetuado uma defesa digna de registo. Portugal esteve mais perto de marcar no
final da primeira parte, quando Pepe atirou à barra, mas o empate era um
resultado justo.
Na segunda
parte, a mesma história. E só quando ambas as equipas pareciam já resignar-se
com a divisão de pontos, uma bola bombeada para a área ressaltou nas costas de
Moutinho, traindo Pepe e encontrando Mário Gomez sozinho na área. O avançado do
Bayern não perdoou. Portugal quis recuperar, mas não conseguiu.
Longe de ver
nesta partida sinais de inferioridade de Portugal ou da velha conversa das
falhas na concretização, vi aqui o que um jogo do Europeu é suposto ser, um
encontro entre duas equipas técnica e taticamente fortes, um encaixe de
estruturas e a decisão a ficar para quem não comete erros nos últimos trinta
metros. Ontem à noite, em Lviv, foi a Alemanha.
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