Enquanto a Inglaterra se vê atingida
por uma série de lesões que impedem dez dos possíveis convocados
de jogar no Euro, a Rep. Irlanda, com Trapattoni no comando, espera
surpreender um dos favoritos à vitória.
Os ingleses bem poderão entrar para a
história como a equipa que passou por maiores convulsões em
vésperas de um Europeu. Para começar, a saída de Fabio Capello
deixou a seleção orfã de treinador durante uns meses. Stuart
Pearce, técnico da equipa olímpica, assegurou a transição até ao
final do campeonato, quando Roy Hodgson foi finalmente anunciado. A
escolha deixou de sobrolho franzido muitos analistas, que esperavam
uma aposta mais forte da Federação Inglesa. Mas esta optou,
claramente, pela experiência de um técnico que já passou por muito
no futebol internacional.
A juntar à ausência de Wayne Rooney
nos primeiros dois jogos, devido a castigo, os ingleses viram-se
privados de Frank Lampard, Gary Cahill, Jack Wilshere e Chris
Smalling, todos possíveis titulares, por causa de lesões. Assim, à
frente de Joe Hart, na baliza, a defesa deverá ser composta por Glen
Johnson, John Terry, Joleon Lescott e Andy Cole. Na zona
intermediárias, Steven Gerrard e Scott Parker asseguram as
transições, sendo que Hodgson parece inclinado a utilizar uma linha
de três médios ofensivos com James Milner, Ashley Young e Theo
Walcott a aparecerem como os principais candidatos ao lugar. No
entanto, Alex Oxlade-Chamberlain e Stewart Downing são tão boas
opções.
Na frente, e perante a impossibilidade
de ter Rooney, a dúvida parece estar entre jogar Danny Welbeck e
Andy Carroll. Escolher um ou outro é decidir por estilos
completamente diferentes. Enquanto Welbeck é um jogador muito móvel
que poderá bem trocar com os médios mais ofensivos para criar um
ataque muito imprevisível, Carroll é o típico jogador que se fixa
entre os centrais, acrescentando poder de fogo aéreo à equipa
inglesa. Até à próxima segunda-feira, o treinador terá que
decidir quem quer para enfrentar a seleção francesa.
O outro concorrente britânico é a
República da Irlanda, que regressa a uma grande competição
liderada pela velha raposa italiana, Giovanni Trapattoni. Os
irlandeses chegam ao Euro depois de terem afastado a Estónia no
play-off, com um estilo de jogo que agrega a concentração defensiva
típica dos italianos, com a garra e a combatividade que sempre foi
imagem de marca das equipas do Eire.
Na baliza, têm um guardião com larga
experiência de Premier League, Shay Given. A linha defensiva
composta por quatro elementos também deverá optar pela experiência,
com Stephen Kelly a ocupar o corredor direito, Richard Dunne e Sean
St. Ledger nas posições centrais e John O'Shea descaído na
esquerda, sendo que estes dois últimos poderão inverter os seus
posicionamentos.
No meio-campo, Trapattoni deverá ter
Glenn Whelan e Darren Gibson ao centro, com Damien Duff e Aiden
McGeady a fazerem o trabalho nas faixas, numa formação que estará
desenhada num típico 4x4x2. Os lugares da frente são para a estrela
da equipa, Robbie Keane, com Kevin Doyle a assegurar o lugar de
ponta-de-lança, muito disputado por Shane Long.
Os irlandeses terão um teste final
esta noite, frente à Hungria, antes de iniciarem a competição. Num
grupo onde Espanha e Itália partem como favoritos, a Rep. Irlanda
terá que fazer uma grande surpresa para conseguir passar à segunda
fase.
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