A seleção portuguesa tem estado, nos
últimos anos, no caminho das finais das grandes competições.
Depois de atingir a final do Euro em 2004, os portugueses foram
sempre eliminados por finalistas ou campeões. Oito anos depois,
Portugal quer vencer o seu primeiro grande título. Será capaz?
Cristiano Ronaldo tinha apenas 21 anos,
lutava pela titularidade no Manchester United, onde era um promissor
extremo, vestia a camisola 17 e acabara de ser promovido a titular na
seleção portuguesa. Foi em 2004 que Portugal disputou a primeira
final da sua história e o jovem madeirense ainda não era nada
daquilo em que se transformou nos últimos oito anos.
Hoje, Ronaldo é a figura da seleção
portuguesa e um dos jogadores de topo mundial, sempre na discussão
do título de melhor jogador. Depois de vencer títulos em Inglaterra
e Espanha, juntando-lhes uma Liga dos Campeões e um Mundial de
Clubes, o avançado procura um título a nível de seleções.
Com Paulo Bento, que foi seu colega no
Sporting, e vários jogadores que partilharam a formação no clube
de Alvalade, Cristiano Ronaldo é o líder natural desta seleção,
que vê nele o homem capaz de decidir nos momentos mais complicados.
Foi assim nos jogos frente à Holanda e Rep. Checa, tal como já
havia sido na qualificação. Ainda assim, a equipa de Portugal
mostra valor para lá do seu craque.
Pepe é o jogador que partilha a
liderança da equipa com Ronaldo. Em 2004, preparava-se para dar o
salto do Marítimo para o FC Porto. Desde que chegou à seleção
portuguesa, em 2008, o defesa-central tem demonstrado uma entrega
total à equipa, sendo até um jogador diferente daquele que evolui
regularmente pelo Real Madrid. Se em Espanha o acusam de ansiedade e
excessiva dureza na abordagem dos lances, quando representa a
Seleção, Pepe é um jogador calmo e concentrado, sempre muito ativo
na recuperação da bola e no lançamento dos ataques.
Perante a Espanha, Portugal tem um
longo historial de encontros. No entanto, servem de referência os
dois mais recentes, ambos realizados em 2010. No Mundial, Portugal
optou por recuar as suas linhas perante a ameaça espanhola. No
particular realizado meses depois, no Estádio da Luz, Paulo Bento
preferiu enfrentar a equipa adversária com a intensidade de jogo que
tem vindo a caracterizar Portugal.
Talvez no jogo de hoje se encontre uma
opção intermédia. Em jogos a eliminar, a Espanha não sofre golos
desde 2006. A sua maior arma tem sido a capacidade de segurar a bola,
evitando as oportunidades do adversário. Perante isso, recuar linhas
não será uma solução muito viável, esperando-se que o meio-campo
português pressione não sobre o homem que tem a bola mas a fechar
as triangulações que caracterizam o tiki-taka.
Um jogo, seguramente, para recordar, já
que a longa rivalidade entre portugueses e espanhóis nunca teve um
palco tão elevado para se disputar. Em 90 ou 120 minutos, com ou sem
grandes penalidades, apenas uma das seleções da Península Ibérica
marcará presença na final do Euro 2012. Será Portugal.
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