Alemanha e Itália entram em campo em
busca de um lugar na final do Europeu, onde terão oportunidade de
vingar derrotas passadas frente aos Espanhóis. Mas para lá chegar,
há que ultrapassar um adversário complicado.
22 de junho de 2008, Estádio Ernst
Happel, Viena, Áustria. A Espanha iniciava a sua caminhada em
direção ao domínio do futebol mundial. Ainda que poucos o
adivinhassem, este jogo marcou o início de uma era que Alemanha e
Itália esperam poder quebrar ainda esta semana. Nesse dia, a seleção
italiana treinada por Roberto Donadoni, vendeu cara a derrota,
avançando até à marcação de grandes penalidades. E sim, tal como
ontem, os espanhóis venceram por 4-2.
Cesare Prandelli conseguiu transformar
a ideia que tínhamos da Itália. Com este treinador, a equipa
transalpina joga um futebol atraente, colocando em campo velocidade e
posse de bola com nota artística, buscando dois loucos do futebol
atual, Cassano e Balotelli, na busca do golo. Depois de ter iniciado
o campeonato empatando com a Espanha (e até demonstrando quão
frágeis podem ser os atuais campeões), a Itália completou o resto
da fase de grupos um pouco adormecida, para eliminar nas grandes
penalidades uma pouco atrevida Inglaterra.
Para os italianos, a história é
favorável, tendo em conta que a Alemanha nunca bateu a squadra
azzura em partidas oficiais. Mas a história pode valer pouco quando
se enfrenta um conjunto tão poderoso quanto o germânico.
29 de junho de 2008, Estádio Ernst
Happel, Viena, Áustria. A Alemanha de Ballack perde para a Espanha o
título europeu. Joachim Low percebeu nesse dia que era preciso
começar quase do zero para bater os novos campeões. Quatro anos
depois, há uma nova Alemanha com sede de vingança.
Sami Khedira e Mesut Ozil são as duas
caras mais conhecidas de uma equipa germânica que soube beber do que
de melhor a tradição do seu conjunto oferecia, conjugando-o com uma
aproximação mais técnica e artística no momento de definir o
estilo. Jogadores como Muller e Podolski trazem também um perfume do
que é a nova formação alemã.
Depois de um teste no Mundial de 2010,
onde a equipa ainda parecia aprender a caminhar pelo seu pé, a maior
experiência dos seus principais jogadores ofereceu um campeonato
tranquilo, até este momento. Batendo sucessivamente Portugal,
Holanda, Dinamarca e Grécia, o conjunto germânico enfrentará hoje
o seu teste mais complicado. Não só pelos valores individuais (ao
nível de adversários anteriores), mas pela variedade tática que a
Itália de Prandelli parece ter.
No fundo, são duas equipas com muitas
opções (em jogadores e em sistemas) que se irão enfrentar hoje em
Varsóvia. Com o pensamento, claro, em Kiev e na final do Europeu.
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